O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) confirmou nesta terça-feira (14) que pretende disputar as eleições pelo Paraná, mas ainda não decidiu para qual cargo. Ele alegou que pretende percorrer o Estado para ouvir a população, antes de decidir seu destino político. Sem apoio dentro do partido para disputar a Presidência da República, ele deve concorrer ao Senado ou à Câmara Federal. O ex-ministro da Justiça pretende esperar até o final do prazo para as convenções partidárias, em agosto.
“Eu sei que tem muitas dúvidas sobre o que eu irei fazer no Paraná. Há muitos questionamentos se vou ser candidato a deputado, senador, eventualmente governador. Mas no fundo, meu objetivo primário agora é percorrer o Paraná, me reconectar com o povo paranaense. E essa decisão será tomada adiante, com o União Brasil, tanto com o nacional, quanto com o União Brasil do Paraná. E acima de tudo quem vai decidir isso é a população paranaense. Ouvindo-os, dizendo o que eles querem. E eles que vão decidir qual vai ser meu destino dentro da política paranaense”, afirmou o ex-juiz.
Moro se filiou ao Podemos em novembro de 2021, como pré-candidato à Presidência, mas trocou o partido pelo União Brasil em março, depois de perceber que não teria apoio da legenda para disputar a sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL). O União Brasil, porém, também rejeitou dar legenda para que ele concorresse ao Palácio do Planalto, e lançou a pré-candidatura do presidente nacional do partido, deputado federal Luciano Bivar (PE) para o cargo.
O ex-juiz então pediu a transferência de seu domicílio eleitoral para São Paulo, mas o pedido foi rejeitado pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado vizinho. “Discordo da decisão, mas eu respeito as instituições. E acatando essa decisão estou muito feliz de voltar aqui ao Paraná e construir um novo projeto político no Paraná”, afirmou Moro nesta terça-feira (14).
Impugnação
O ex-juiz também minimizou um pedido de impugnação feito por uma filiada ao União Brasil, segundo o qual a sua filiação teria sido feita em São Paulo, e portanto, ele não poderia concorrer no Paraná. “No fundo isso aí é uma bobagem. É uma tentativa de tapetão para evitar que a gente participe da política. Existe aí um risco zero”, garantiu.
O presidente do União Brasil do Paraná, deputado federal Felipe Francischini, afirmou que a direção do partido ainda vai analisar o pedido, mas que não há risco da impugnação de Moro prosperar. “Essa questão da impugnação é de uma filiada que a gente respeita mas não conhece. Não é uma pessoa que tenha uma vida ativa no partido. Pelo que a gente já fez uma análise prévia não tem fundamento algum. Tenho certeza que a filiação não terá problema algum”, disse.