BP- Muita gente se surpreendeu quando o senhor disse que o Ministério Público prendeu o ex-governador Beto Richa de forma arbitrária e ilegal. Porque o senhor decidiu se posicionar dessa forma?
Requião - Porque eles fizeram isso mesmo. O que fizeram com a mulher do Beto Richa, se fizessem comigo eu teria resolvido à bala. O que fizeram com a Fernanda (Richa) foi de uma indignidade, uma imoralidade absoluta. Até hoje não tem inquérito de espécie alguma contra a Dona Fernanda. Eu não faço a defesa do Beto Richa. Eu faço a defesa do Judiciário brasileiro que foi afrontado por essa gente.
RODOVIAS
‘Pedágio tem que ser de manutenção’
Bem Paraná - O senhor já foi deputado, prefeito de Curitiba, senador, governador por 3 vezes. O que o motiva a continuar não só na política, mas a entrar em uma nova disputa eleitoral?
Requião – Eu tive um aprendizado na política. Eu fui prefeito, a minha avaliação era a melhor do Brasil. O que me levou a ser governador por três vezes. Me elegi para o Senado e sacudi o Senado. Agora, hoje nós não temos senador. Já ouviu falar nos senadores do Paraná? Fazem alguma coisa? O que me leva é a indignação com o desgoverno. E a certeza de que eu sei governar. E eu tenho certeza que a gente pode rapidamente consertar o que acontece no Estado. O pedágio, por exemplo. O pedágio ia vencer em 25 anos. O pedágio venceu e eles não sabiam o que fazer? Não. Não foi isso. Eles não fizeram o pedágio porque eles vão fazer uma grande malandragem. A ANTT já disse que os preços serão muito maiores. Eles querem evitar o processo eleitoral. Foi o que aconteceu comigo lá atrás quando disputei com o Lerner (em 1998). Ele baixou em 50% o pedágio. Tomou posse, subiu tudo de novo e criou o degrau (tarifário).
BP - O governo federal pretende fazer uma licitação dos novos pedágios no final do ano, antes da posse do futuro governo. Caso isso realmente aconteça, o que o senhor pretende fazer em relação a isso?
Requião – Acho que nós temos que ganhar a eleição aqui e a nacional e imediatamente, retirar a autorização do governo federal de usar estradas paranaenses. E fazer, conforme a situação financeira do Estado, um pedágio de manutenção. Para colocar um reboque, uma ambulância, cortar mato da beira da estrada. Porque há um equívoco fundamental de você fazer um pedágio, em que um cara cobra uma tarifa para contratar um terceiro para fazer a obra. Não tem cabimento. Porque esse intermediário. Não tem sentido algum isso.
BP - O senhor pretende fazer um novo governo, retomando as políticas de suas gestões anteriores, ou pretende fazer algo novo, diferente do que já fez?
Requião – Porque fazer algo novo diferente? A gente tem que fazer o melhor para o Estado. Uma coisa que tem que beneficiar a população. Eu vou reconduzir o governo a trabalhar para as pessoas. A Copel e a Sanepar atenderem os paranaenses e não o mercado. Se eu ganhar essa eleição eu demito toda a diretoria da Copel e da Sanepar no dia seguinte (à posse). Eu não vou dizer como o Bolsonaro que não pode mexer no preço porque a Petrobras que decide.