O corpo da ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira foi velado e enterrado neste sábado (23/9), em Belo Horizonte. A atleta, de 43 anos, morreu depois de cair do 17º andar do prédio em que morava com o marido, em Cerqueira César, bairro nobre da região central da capital paulista.
Segundo o UOL, Ricardo Mendes, marido de Walewska, não fez o processo de reconhecimento do corpo da esposa. Além disso, ainda de acordo com o site, ele deixou as roupas da atleta na portaria do prédio para que a funerária recolhesse e fizesse a preparação para o velório.
O corpo da campeã olímpica Walewska chegou a Belo Horizonte na noite de sexta-feira (22/9). Ricardo Alexandre Mendes não era esperado no velório e, de fato, não compareceu.
Segundo o boletim de ocorrência, ao qual a coluna teve acesso, quando os policiais chegaram ao local, foram recebidos pela gestora do condomínio. A mulher informou que Walewska “tinha se jogado do 17º andar (área de lazer), caindo na sacada de apartamento do primeiro andar”.
Ainda de acordo com o registro, ao chegarem à área de lazer do prédio, os policiais encontraram sobre uma mesa uma “garrafa de vinho com uma taça, ambas com vinho pela metade”. Havia também um celular e uma pasta com uma folha sulfite, “onde foi feita uma carta que seria da vítima, aparentemente de despedida”.
No B.O. foi registrado que uma auxiliar de limpeza do condomínio afirmou ter visto Walewska Oliveira sentada na área de lazer bebendo uma taça de vinho. As duas teriam chegado a conversar rapidamente. Segundo a profissional, a atleta “não chorava e falava normalmente”.
Registrado como “morte suspeita”, o caso está aos cuidados do 78º Distrito Policial de São Paulo, nos Jardins.
A campeã olímpica Walewska, que morreu na noite desta quinta-feira (21), enviou um recado ao marido por meio de aplicativo de mensagens pouco antes de cair do 17º andar de um prédio no bairro de Cerqueira César, na zona sul de São Paulo. A informação é do próprio companheiro da ex-atleta e consta do boletim de ocorrência da polícia paulista.
Os investigadores ainda apuram as circunstâncias da morte da ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei e não descartam a hipótese de suicídio, segundo o documento expedido pelo 78º Distrito Policial, no bairro dos Jardins, na zona oeste da capital paulista.
De acordo com o documento, a morte de Walewska ocorreu por volta das 18h desta quinta-feira. A gestora do prédio disse que a campeã olímpica teria se jogado do 17º andar, onde está localizada a área de lazer do empreendimento. O acesso se dá por biometria facial, através de uma porta de vidro, e é restrito aos moradores do edifício.
Imagens do sistema de monitoramento do local mostram Walewska entrando na área de lazer às 16h50, sozinha, “carregando uma garrafa de vinho e uma pasta com papel sulfite, onde foi feita uma carta que seria da vítima aparentemente de despedida”, indica o B.O.
À polícia, o marido disse que saiu às 7h15 para trabalhar e voltou às 17h30 e que não encontrou Walewska no apartamento. Com isso, decidiu se deitar para descansar. Às 18h07, ele disse que recebeu uma mensagem de Walewska no WhatsApp, em que ela falava sobre o relacionamento e sobre a decisão dele de se separar.
Por volta das 18h29, o marido afirmou que recebeu uma mensagem no grupo do prédio onde mora que informava sobre um acidente e que alguém precisava conversar com ele — o remetente não consta do B.O. O companheiro de Waleska, então, pegou o interfone para ligar para a portaria, quando a campainha do imóvel dele tocou.
Segundo a polícia, era a gestora do empreendimento, que contou a ele sobre a morte. “Ele ficou muito impactado e abalado com a notícia, tendo permanecido no imóvel, pois não queria ver sua mulher naquela situação”, de acordo com o documento da polícia.
Em nota, as autoridades paulistas disseram que investigam o caso. “A Polícia Civil investiga a morte de uma mulher de 43 anos, ocorrida por volta das 18h00 de quinta-feira (21), no bairro de Cerqueira César, em São Paulo. Foi solicitada perícia ao local. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, diz o comunicado.
Nesta semana, a ex-atleta estava em São Paulo, onde gravou uma entrevista em um podcast e esteve em um colégio para divulgar a sua biografia, lançada no início do ano. Os últimos momentos em vida foram divulgados por ela própria, pelas redes sociais.
Em mais de 24 anos de carreira, a central jogou por diversos clubes do país, além de ter tido passagens por Rússia, Itália e Espanha. Walewska encerrou a carreira em maio do ano passado, atuando pelo Praia Clube, de Uberlândia.
“Despeço-me das quadras cheia de amor no coração, e com a tranquilidade de que me dediquei o máximo, colhendo os frutos do merecimento! Muito orgulho da minha trajetória e do meu amor pelo esporte”, escreveu a central, após o último jogo da carreira.
Em homenagem à atleta, o Praia Clube deixou de usar a camisa 1, vestida por ela.
Wal é reconhecida também pela sua história com a seleção brasileira. A atleta, convocada pela primeira vez por Bernardinho em 1998, fez parte do ciclo do vôlei feminino por uma década e ajudou na conquista da então inédita medalha de ouro na Olimpíada de Pequim, em 2008.
Ela também jogou na Olimpíada de Sidney, em 2000, e na de Atenas, em 2004.