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Paraguai realiza eleição presidencial neste domingo com candidato de direita como favorito
Mario Abdo Benítez é do Partido Colorado, que predomina na política paraguaia há décadas. Pleito terá apenas um turno; veja como será.
Por G1 | Postado em: 22/04/2018 - 07:20

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O Paraguai vai às urnas neste domingo (20) para eleger seu presidente para os próximos cinco anos, com o candidato de direita, Mario Abdo Benítez, do governista Partido Colorado, como favorito nas pesquisas, apesar dos vínculos de sua família com o ex-ditador Alfredo Stroessner.

"Marito", como é conhecido popularmente, enfrentará o candidato liberal Efraín Alegre, apoiado por uma coalizão de centro-esquerda da qual participa o ex-bispo e ex-presidente (2008-2012) Fernando Lugo.

As principais pesquisas dão até 20 pontos de vantagem a Abdo Benítez sobre Alegre.

Mas uma pesquisa da consultora Ati Sneard e Associados de última hora aponta para um empate técnico e indica que a vitória de Abdo Benítez, de 46 anos, depende de uma participação de ao menos 70% da população.

Há ainda outros oito candidatos, mas estão muito atrás nas pesquisas.

 

"Se Abdo Benítez perder, será por um voto de castigo a Horácio Cartes, que teve um governo muito excludente", comentou Sneard à AFP.

 

Cartes, um empresário da indústria de tabaco, manteve o importante crescimento econômico do país durante seu governo, de cerca de 4% ao ano, apoiado nas exportações agrícolas e de eletricidade.

No entanto, o Paraguai registra um índice de pobreza de 26,4% e está classificado entre os países com maior nível de corrupção pela organização Transparência Internacional, que o situa no posto 135 em uma lista de 180 em 2017.

Rejeição ao aborto

 

"Marito", que estudou marketing nos Estados Unidos, propõe manter a política econômica de Cartes, e também realizar uma reforma do Poder Judiciário, que considera corrupto.

Alegre, advogado de 55 anos, tenta pela segunda vez ser eleito. Nas eleições de 2013, nas quais teve apoio apenas de seu partido Liberal, perdeu para o atual presidente por 8 pontos.

Desta vez, conseguiu reeditar a coalizão de 2008 com a Frente Guasú (Frente Ampla) e outros agrupamentos de esquerda, que deram a vitória a Lugo, o único governante não colorado desde 1947, mas que não terminou seu mandato porque foi destituído em 2012.

Alegre propõe garantir saúde gratuita para os mais pobres e baratear as tarifas de energia para incentivar os investimentos e promover o emprego, uma tarefa pendente no Paraguai, que mantém altas taxas de informalidade.

Em um país majoritariamente católico, os dois candidatos se mostram conservadores e rejeitam tanto a descriminalização do aborto como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Sou pela vida, sou contra o aborto e a descriminalização, em todos os casos. Pessoalmente, acho que ninguém deve bancar o Deus e decidir sobre a vida ou a morte de uma pessoa", respondeu Alegre taxativamente em uma entrevista à AFP.

As eleições, para as quais estão convocados 4,2 milhões de cidadãos (em 7 milhões de habitantes), serão supervisionadas por missões de observação da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos.

A eleição terá apenas um turno. Os centros de votação abrem às 7h (8h de Brasília) e fecham às 16h (17h em Brasília).

Além do presidente, os paraguaios elegerão um novo Congresso e governadores para os 17 departamentos em que o país se encontra dividido.

 

Sombra da ditadura

 

"Marito" é filho de Mario Abdo, que foi secretário particular de Alfredo Stroessner. Mas a proximidade de sua família com a ditadura (1954-89) não foi tema de campanha.

"Os que têm menos de 40 anos já não se recordam dessa ditadura. Por isso não está em discussão", explicou o analista político Francisco Capli à AFP.

Mesmo se distanciando da ditadura ao recordar que, na ocasião da queda de Stroessner, tinha apenas 16 anos, em 2006 compareceu ao funeral do ex-ditador, que se exilou em Brasília.

Abdo Benítez se esforça por mostrar uma imagem de líder dinâmico, e defende suas credenciais democráticas e republicanas.

"Eu me orgulho de que as vítimas que sofreram maus-tratos e torturas naquela época (a ditadura de Stroessner) hoje trabalham comigo. Esta é outra era. Se houvesse alguma rejeição, não estariam comigo", enfatizou.

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