Transcorrido metade do prazo para a “janela” de trocas de partido, nove parlamentares paranaenses já mudaram de legenda. Desses, seis são deputados federais e três estaduais. A maioria migrou para siglas da área de influência do governador Ratinho Júnior (PSD) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), ambos pré-candidatos à reeleição. O número deve crescer ainda mais até o dia 1º de abril, quando acaba o período em que é permitido a mudança sem risco de perda de mandato por infidelidade.
No sábado, o PP promoveu festa para filiar quatro deputados federais e dois estaduais. O partido é comandado no Estado pelo líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros. O PP deve apoiar a reeleição do presidente e do governador. A lista de parlamentares filiados inclui os deputados estaduais Guto Silva (ex-PSD) e Tião Medeiros (ex-PSDB); e os federais Christiane Yared (ex-PL), Evandro Roman (ex-Patriota) e Pedro Lupion (ex-DEM). Silva disputa a indicação de candidato de Ratinho Jr ao Senado, mas o governador tem um pré-acordo para apoiar a reeleição do senador Alvaro Dias (Podemos). Os demais parlamentares disputam a reeleição para a Assembleia Legislativa e Câmara
Já o PSD de Ratinho Jr filiou as deputadas federais Leandre (ex-PV) e Luíza Canziani (ex-PTB). A legenda do governador ensaia lançar a pré-candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, hoje no PSDB, à presidência. Mas o paranaense tende a apoiar a reeleição de Bolsonaro. Ambas as parlamentares integram a base do presidente na Câmara.
O deputado estadual Márcio Pacheco deixou o PDT – que tem o ex-ministro Ciro Gomes como pré-candidato à Presidente – para se filiar ao Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. A sigla também integra a base de Bolsonaro.
Já o deputado federal e ex-prefeito de Pinhais, Luizão Goulart, deixou o Republicanos – para se filiar ao Solidariedade, partido que deve apoiar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. Dos parlamentares paranaenses que mudaram de partido até agora, ele foi o único a não migrar para uma legenda que apoia Bolsonaro.
Movimentação
Nas próximas duas semanas, muitos deputados ainda devem trocar de legenda. O PSB do Paraná, por exemplo, que deve fechar apoio a Lula indicando o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como vice do petista, deve sofrer uma debandada na Assembleia Legislativa. Todos os cinco parlamentares da sigla – os deputados Luiz Cláudio Romanelli, Artagão Júnior Tiago Amaral, Alexandre Curi e Jonas Guimarães – devem se filiar ao PSD de Ratinho Jr.
O PSB ainda negocia a formação de uma federação com o PT, que apoia a pré-candidatura do ex-governador Roberto Requião à Palácio Iguaçu. Requião se filia ao PT no próximo dia 18, em Curitiba.