Um homem de 60 anos, líder religioso de uma igreja de Ortigueira, nos Campos Gerais do Paraná, foi preso preventivamente suspeito de estuprar uma menina de sete anos de idade após cultos.
Segundo o delegado João Paulo Martins, responsável pelo caso, o homem se aproveitou do cargo religioso e de ter ajudado a família da vítima a conseguir um lugar para morar para cometer o crime mais de uma vez.
“Apuramos que ele abusava de seu cargo eclesiástico, ainda, pelo fato de ter auxiliado a vítima e seus genitores. Assim, aproveitando da necessidade e vulnerabilidade da família, praticava os crimes no interior da residência, após a celebração religiosa”, explica.
Ainda de acordo com o policial, a vítima e a família relataram que o suspeito é pastor, mas ele se apresentou na delegacia apenas como "obreiro", ou seja, voluntário da instituição - e a polícia ainda não conseguiu confirmar a informação com a igreja.
O delegado afirma que as investigações apontam que os crimes aconteceram em fevereiro, dentro da casa da família.
Segundo o delegado, o líder religioso usava como "desculpa" o fato de morar em uma cidade vizinha para dormir na residência da família.
"A família disse que toda vez, após o culto, ele falava que precisava descansar antes de voltar para sua casa. Em depoimento, ele confirmou que ia na casa, mas negou os crimes", conta o delegado.
A defesa do suspeito também negou os crimes: "Negamos totalmente os fatos, a única confirmação é que realmente ele pernoitava no imóvel. Mas nosso cliente é veemente em dizer que não praticou os atos libidinosos", afirmaram os advogados.
"Ainda que respeitando o posicionamento da Justiça quanto ao acolhimento da representação da prisão solicitada pela Autoridade Policial, a defesa do acusado entende ser tal medida desnecessária, razão que adotará os meios judiciais cabíveis para reavaliação dos motivos que ensejaram a segregação. Acrescendo a isso, divergências apresentadas na investigação até o momento, além do fato de o réu estar sempre colaborativo com a justiça, tanto que compareceu à Delegacia de Polícia para dar sua versão", afirma a defesa dele.
FAMÍLIA DESCOBRIU O CRIME E ACIONOU A POLÍCIA, DIZ DELEGADO
O delegado João Paulo Martins afirma que a polícia foi acionada pela família da criança, que relatou os abusos para os pais após eles perceberem atitudes suspeitas.
Agora, a equipe de investigação vai voltar a ouvir a menina e a família dele para verificar se há mais provas do crime e se a criança chegou a ser ameaçada pelo homem.
Durante a prisão do líder religioso, a polícia também cumpriu uma ordem judicial de busca e apreensão na casa dele e apreendeu o celular do homem, que foi encaminhado à perícia. A intenção, explica o delegado, é verificar se há mais provas deste ou de outros crimes.
"A princípio, não localizamos registros de outros crimes que ele possa ter cometido. De qualquer forma, sempre encorajamos vítimas e famílias a procurarem a polícia para denunciar", destaca Martins.