O ex-governador do Paraná, Beto Richa, foi preso na manhã de terça-feira (19) pelo Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado), na capital do Paraná - Curitiba.
Vários mandados são cumpridos no Estado em desdobramento da Operação Quadro Negro que apura desvios de verbas públicas em obras realizadas em Colégios Estaduais. Os desvios devem superar os R$20 milhões.
A ação é coordenada pelo Gaeco e chefiada pelo Dr. Leonir Batisti.
Além de Richa, foram presos um empresário e o ex-secretário estadual de Cerimonial e Relações Internacionais (2013-2018).
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão ? três na casa dos presos, um em Caiobá e outro em Porto Belo (SC). As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 9ª Vara Criminal da capital, a pedido do MPPR. Esta foi a quarta fase da Quadro Negro. A operação foi iniciada em 2015.
Denúncias - O Ministério Público também ofereceu na última semana duas novas denúncias criminais contra envolvidos nas irregularidades averiguadas no âmbito da Quadro Negro. Assinam as ações penais agentes ministeriais do Gaeco e do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), unidades do MPPR que atuaram diretamente nas investigações, nas esferas criminal e cível, respectivamente.
Na primeira denúncia, que trata dos crimes de organização criminosa, corrupção, fraude a licitação e lavagem de dinheiro, são acusadas seis pessoas: o ex-governador, ex-secretário estadual de Cerimonial e Relações Internacionais (2013-2018), o ex-diretor da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (2012-2015) e três empresários.
A segunda, que sustenta a prática do crime de obstrução à Justiça, é dirigida contra sete pessoas: novamente o ex-governador, a primeira-dama e ex-secretária estadual da Família e Desenvolvimento Social, o ex-procurador-geral do Estado (2003-2007), o ex-diretor da Secretaria de Educação, e três empresários
Em outubro do ano passado - em desdobramento da Operação Quadro Negro - o juiz Eduardo Lourenço Bana, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, decretou o bloqueio de R$ 263 milhões da conta de 14 pessoas, entre elas o ex-governador Beto Richa e do ex-secretário da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni. Só dá conta de Richa, na época, foram bloqueados R$ 27 milhões.
O ex-governador do Paraná já foi preso em outras duas oportunidades acusado envolvimento em esquemas em obras nas rodovias do Paraná e também em corrupção, lavagem de dinheiro, entre outros crimes apontados.
Prisões do ex-governador
Beto Richa foi preso a primeira vez em 11 de setembro, junto da esposa Fernanda Richa, do irmão Pepe Richa e o chefe de gabinete, Deonlison Roldo.
Nessa oportunidade, os envolvidos foram presos acusados de projetar pagamentos milionários ao grupo Odebrecht durante as obras de duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria público-privada.
A segunda prisão foi em 25 de janeiro pela Polícia Federal foi na 58ª fase da Operação Lava Jato e de acordo com as investigações, o ex-governador Beto Richa foi beneficiário de pelo menos R$ 2,7 milhões em propinas pagas em espécie pelas concessionárias de pedágio do Paraná e por outras empresas que mantinham interesses no governo.