O Brasil é o campeão da Copa América de 2019. Na tarde deste domingo (7), o time do técnico Tite derrotou o Peru por 3 a 1, no Maracanã, na final da competição. Os gols foram de Everto, Gabriel Jesus e Richarlison. Com isso, o país pode comemorar a conquista dentro de casa.
Na campanha vitoriosa, o time fez 13 gols (melhor ataque) e levou apenas um – exatamente o gol peruano na final, marcado por Guerrero, de pênalti. Além disso, o Brasil teve um dos artilheiros da competição, o atacante Everton, com 3 gols – ao lado de Guerrero.
Foi a 9ª vez que o Brasil levou a Copa América. As outras conquistas ocorreram em 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007. Também foi a quinta vez que o país sediou a competição. As outras foram 1919, 1922, 1949 e 1989, sempre com vitória brasileira.
Foi, também, o primeiro título do técnico Tite à frente da seleção. Ele havia disputado apenas a Copa do Mundo de 2018 – caiu nas quartas de final. Segundo o jornalista Juca Kfouri, o treinador poderia pedir demissão após a Copa América, mas uma eventual conquista tinha chances de fazê-lo mudar de ideia.
Para chegar ao título, o Brasil teve que superar a ausência do atacante Neymar. Ele já vivia um momento pessoal conturbado, com uma acusação de estupro contra si. Além disso, ele sofreu uma lesão no tornozelo em um amistoso antes da Copa América e teve que ser cortado. Primeiro, foi David Neres quem o substituiu na equipe. Everton ganhou a posição a partir da terceira rodada.
Jogo
O reencontro com o Brasil na final após a partida na fase de grupos fez os peruanos repetirem a proposta de jogo. Marcação adiantada, bom toque de bola e dois chutes a gol antes dos dez primeiros minutos mostraram um time confiante. Com Guerrero centralizado no ataque e um pelotão de cinco meias, a marcação era caprichada e os visitantes deixavam o Brasil com menos posse de bola.
Paciente, o Brasil encontrou o caminho ao gol aos 14 minutos ao se aproveitar da maior debilidade peruana nesta Copa América, as laterais. Daniel Alves lançou pelo alto, por cima do bloco peruano de marcação no meio-campo e deixou Gabriel Jesus livre para superar Trauco e cruzar. Advíncula errou o posicionamento e deixou Everton aparecer livre para completar a gol.
A expectativa de abrir uma nova goleada não se confirmou. O Brasil continuava com dificuldades para passar pela marcação. Os peruanos tiveram o mérito de manter a calma após a desvantagem e acabaram premiados pelo esforço. Cueva tentou um passe dentro da área e a bola bateu na mão de Thiago Silva, que tentava um carrinho. O árbitro chileno Roberto Tomar marcou pênalti, depois consultou o vídeo e na sequência, manteve a decisão. Guerrero cobrou e empatou.
O Maracanã ficou mudo. O primeiro gol sofrido pelo Brasil no torneio fez os jogadores em campo gesticularem entre si com o pedido para não se abater. Deu certo. Aos 47, Arthur recuperou uma bola, conduziu e contou com o escorregão de um peruano para deixar Gabriel Jesus livre para tirar de Gallese. O desempate era o calmante necessário para o Brasil terminar o primeiro tempo livre de qualquer agonia.
O Peru voltou para o segundo tempo com os pontas Carrillo e Flores invertidos de posição. A postura mais ofensiva deu trabalho para o Brasil, mas por outro lado abriu mais espaço para Coutinho aparecer. A seleção não aproveitou duas boas chances para fazer o terceiro e recebeu um duro golpe aos 24 minutos. Irritado com a marcação, Gabriel Jesus fez falta em Tapia, levou o segundo amarelo e foi expulso.
A vantagem numérica em campo fez o Peru arriscar mais. A torcida sentiu o momento delicado e começou a se agitar mais depois de Flores quase empatar de fora da área. O técnico Tite foi outro a acusar a expulsão, ao tirar Coutinho e colocar o lateral Éder Militão. A mudança deixou o Brasil com a defesa reforçada e fez Daniel Alves ser posicionado como meio-campista.
A parte final do segundo tempo teve o Brasil com dois objetivos: segurar o jogo e provocar a expulsão de algum peruano. A cada falta ou dividida, a reclamação brasileira para cobrar cartão faziam os cerca de 70 mil presentes gritarem. O jogo ficou travado, tenso e aos 41 minutos, viveu um novo momento decisivo. O árbitro marcou pênalti em Everton na área, consultou o árbitro de vídeo e assim como no primeiro tempo, manteve a decisão.
A bola decisiva caiu para Richarlison, aos 45 minutos do segundo tempo. O atacante que teve caxumba durante a Copa América cobrou no canto de Gallese e fez o estádio aliviar a preocupação. Teve gritos de "campeão", sinalizador e o coro de "o campeão voltou" para coroar o encerramento da campanha vitoriosa.
Estatísticas
Na partida, o Brasil teve 12 finalizações (3 certas), 54% de posse de bola, 85% de acerto nos passes e 3 escanteios. O Peru somou 7 finalizações (2 certas), 46% de posse de bola, 78% de acerto nos passes e 4 escanteios. Os dados são do site Sofascore.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 3 X 1 PERU
BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho (Éder Militão); Gabriel Jesus, Éverton (Allan) e Roberto Firmino (Richarlison). Técnico: Tite.
PERU: Gallese; Advíncula, Zambrano, Abram e Trauco; Yotún (Ruidiaz), Tapia (Gonzales), Carrillo (Polo), Cueva e Flores; Paolo Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca.
GOLS - Everton, aos 14, Guerrero, aos 43, e Gabriel Jesus, aos 47 minutos do primeiro tempo; Richarlison, aos 45 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO - Roberto Tobar (Chile).
CARTÕES AMARELOS - Tapia, Thiago Silva, Zambrano, Advíncula e Richarlison.
CARTÃO VERMELHO - Gabriel Jesus.
PÚBLICO - 58.584 pagantes (69.986 no total).
RENDA - R$ 38.769.850,00
LOCAL - Maracanã, no Rio de Janeiro.